O livro Calvinismo Recalcitrante, de João Flávio Martinez contém quatro blocos principais de argumentação, intitulados Panorama Geral do Calvinismo, O Fatalismo Condenável, O que á a TULIP? e Refutando Algumas Ideias Estranhas. Constam ainda uma introdução e conclusão, apêndices e um glossário. A primeira grande seção da obra, Panorama Geral do Calvinismo, fornece definições e conceito do Calvinismo, bem como informações sobre quem foi João Calvino.
Este post menciona uma curiosidade sobre o título do livro, bem como analisa as definições e conceitos do Calvinismo providos por Martinez. No próximo post, escreverei sobre o retrato que ele fornece de João Calvino.
Sobre o título Calvinismo recalcitrante
Martinez escreve: “Recentemente tenho observado o recrudescimento e o endurecimento do calvinismo e, devido a isso, concluímos que o melhor nome para o livro seria ‘Calvinismo Recalcitrante’”.[1] Coincidente e curiosamente, a expressão “calvinismo recalcitrante” é também utilizada pelo pregador pentecostal nicaraguano Dr. Antonio Bolainez, em uma palestra intitulada Tres Armas Que Pueden Dañar a La Iglesia.[2] “A primeira arma […] é o Calvinismo recalcitrante, que com suas afirmações e questionamentos acerca da predestinação e salvação, podem confundir o crente, desmotivando-o de perseverar na fé”.[3] Parece que, para ambos os autores, o Calvinismo pode prejudicar a perseverança em santidade do cristão (se Deus permitir, abordarei esta questão ao analisar a seção O Que É TULIP?).
Sobre a ausência de dicionários e (confiáveis) enciclopédias teológicas
Antes de prosseguir é importante registrar que, do ponto de vista metodológico, é recomendável que definições e conceitos sejam buscados em dicionários. Especialmente quando lidamos com Teologia, o procedimento indicado é, primeiramente, consultar um Dicionário da Língua Portuguesa, a fim de obter a compreensão do vocábulo segundo a cultura vigente. O segundo passo é consultar um Dicionário de Filosofia, a fim de verificar o entendimento da ideia sob o escrutínio humanista-racional, ou seja, a maneira como os acadêmicos em geral concebem e articulam a matéria. Por fim, a fim de obter a compreensão cristã, bíblica e teológica do termo, é importante checar Dicionários e Enciclopédias de Teologia.
Aplicando tal método ao vocábulo “Calvinismo”, eis o que encontramos. O Dicionário Aurélio define Calvinismo como “sistema teológico da Reforma protestante, exposto e defendido por Calvino (1509-1564)”.[4] Para o Dicionário Oxford, Calvinismo é:
Forma rigorosa de protestantismo que se distingue pela crença na Bíblia como critério de fé, pela negação da liberdade humana desde o pecado original e pelo destaque particular que dá à predestinação arbitrária da salvação de uns e da condenação, para outros. O Calvinismo era o credo dos huguenotes, e teve bom acolhimento na Escócia.[5]
Ambos os conceitos exigem expansão e detalhamentos, fornecidos por dicionários e enciclopédias de Teologia. A Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã sugere que o Calvinismo enfatiza, quanto às Escrituras, o princípio “sola Scriptura (‘somente a Escritura’). A rigor, Calvino era primariamente um teólogo bíblico. Treinado nas técnicas de exegese gramático-histórica pelos seus estudos humanistas e jurídicos, dirigiu-se às Escrituras para ver com clareza o que realmente diziam”.[6]
Um segundo aspecto do sistema denominado Calvinismo é seu entendimento do ser de Deus, subscrevendo-se “a doutrina histórica do Deus Trino e Uno, que é Pai, Filho e Espírito Santo, os mesmos em substância e iguais em poder e glória. Além disso, enfatizou grandemente o fato de que Deus é soberano […] perfeito em todos os aspectos, detentor de todo poder, justiça e santidade”.[7] De modo específico, Deus “não está sujeito nem ao tempo nem a quaisquer outros seres, nem pode ser reduzido a categorias espaciais e temporais na compreensão e análise humanas. Para suas criaturas, Deus sempre deve ser misterioso, a não ser à medida que ele se revela a elas”.[8] Um dos desdobramentos disso é que “assim como Deus sustenta de modo soberano toda a sua criação, ele também, na providência, a governa e guia para a realização dos seus propósitos finais, a fim de que todas as coisas sejam somente para a glória de Deus (soli Deo gloria)”.[9]
O terceiro aspecto do Calvinismo, conforme Reid, é o homem que, “tendo a imagem de Deus, também tinha livre-arbítrio, o que significa que possuía a capacidade de livremente obedecer ou desobedecer aos mandamentos de Deus”.[10] A queda representou, no entanto, uma declaração de “independência do Deus soberano”,[11] uma adoração da criatura ao invés do Criador e, consequentemente, não apenas colocou o homem “sob condenação divina”,[12] mas também tornou-o “totalmente corrupto, transmitindo esta corrupção aos seus descendentes no decurso da história”.[13]
Reid prossegue:
O Deus soberano, no entanto, não permitiu que seus planos e propósitos fossem frustrados. Já na eternidade, como parte de seu plano secreto, ele tinha escolhido para si mesmo um grande número das suas criaturas caídas, para serem reconciliadas com ele. Deus nunca revelou por que agiu assim; diz, apenas, que ele escolheu fazer assim na sua misericórdia, porque, com toda justiça, poderia ter rejeitado a totalidade da raça humana pelos seus pecados. Na execução deste plano e propósito de redenção, o Pai enviou ao mundo o Filho, a segunda Pessoa da Trindade, a fim de receber a pena pelos pecados dos eleitos e cumprir a favor deles a justiça completa da lei de Deus.[14]
A estes escolhidos “é enviado o Espírito Santo, não somente para iluminá-los para entenderem o evangelho […], como também para capacitá-los a aceitar a promessa do perdão divino. Mediante esta ‘chamada eficaz’ vêm a ter fé em Cristo como Redentor”.[15] Dito de outro modo, “é […] pela fé somente (sola fidei) que são salvos, mediante o poder regenerador do Espírito Santo”.[16] Qual o resultado prático desta fé? “A partir de então, […] devem viver vidas que, embora nunca sejam perfeitamente santas, devem manifestar de que são o seu povo, procurando […] glorificá-lo nos pensamentos, palavras e ações”.[17]
Um quarto aspecto destacado relaciona-se com a organização da igreja. Concorda-se geralmente “que a igreja deve ser governada por presbíteros […] eleitos pela igreja. Alguns, porém, creem que uma forma episcopal de governo eclesiástico é a forma correta, ou pelo menos permissível, de organização”.[18] Ademais, leva-se “em conta a pluralidade de formas da igreja”,[19] reconhecendo-se “que ela não é perfeita”[20] e insistindo-se “em que deve haver uma uniformidade ou congruência básica de doutrina”.[21]
Reid finaliza pontuando as contribuições de Calvino e do Calvinismo para “o desenvolvimento da democracia […], as artes, […] as ciências, as atividades econômicas e a reforma social”.[22]
O Novo Dicionário de Teologia sublinha como principais características da Teologia Reformada e, por conseguinte, o Calvinismo, a “centralidade de Deus”,[23] a “Cristocentricidade”[24] e a “pluriformidade”.[25] Concluindo sua exposição cuidadosa, Letham assevera:
A teologia reformada mostra uma capacidade contínua para a autocrítica e uma renovação que apresenta promissor prognóstico futuro, pois, conforme argumenta Warfield, o futuro do Cristianismo é inseparável do bom êxito da fé reformada. Seu interesse em um teocentrismo consistente, sua abrangente cosmovisão e sua Cristocentricidade, pelo menos implícita, exemplificam sua rigorosa exploração teológica do evangelho, sua busca de “fé procurando entendimento” e seu movimento em direção à integração da criação com a redenção em Cristo. Na verdade, onde quer que uma oração seja feita, há provavelmente uma igreja protestante se engajando na teologia reformada.[26]
Eis duas menções do Calvinismo, em uma Enciclopédia de História e Teologia, e em um Dicionário de Teologia contemporâneos. Observe-se, porém, que nove das dez citações da primeira parte do capítulo inicial de Calvinismo Recalcitrante de Martinez são oriundas de web sites. Observe-se ainda que, no endereçamento destas fontes da Internet, não são fornecidas as URLs completas. Os links de Martinez nos remetem às páginas iniciais dos sites, requerendo trabalho adicional para encontrar os textos mencionados. De fato, somente uma citação provém de um livro (no caso, um sermão de Spurgeon). Na conceituação do Calvinismo, Martinez não recorre a qualquer dicionário ou enciclopédia academicamente reconhecida.
Sobre o endereçamento e objetividade das fontes
A citação de uma fonte serve para corroborar um argumento ou a apresentação de um fato ou ideia. Literalmente, corresponde a recorrer a uma testemunha, autor confiável, especialista, autoridade ou representante reconhecido de determinado grupo ou escola de pensamento. Por isso, é fundamental que:
- As fontes sejam devidamente endereçadas, permitindo ao leitor acessar a bibliografia pertinente e ler o texto em seu contexto original.
- As citações sejam objetivas ou imparciais. Quando é mencionado um autor que afirma uma opinião contestada (que não é unanimemente aceita por todos os estudiosos do assunto), a citação deve deixar claro que trata-se de um ponto de vista que é rebatido por alguns. O melhor, inclusive, é mencionar as ideias contrárias, para que o leitor tenha como decidir (uma das palavras prediletas dos arminianos) pela interpretação que considere melhor ou mais consistente.
Martinez nem sempre atenta para o endereçamento das fontes. Pelo contrário, em sua primeira citação do capítulo, ele menciona a Wikipédia que, por sua vez, registra uma longa citação das Institutas, sem endereçamento.[27] Trata-se de uma citação de Institutas,IV.XVI.32, mas o leitor que não é versado em Calvino fica “perdido”, sem saber onde encontrar o texto referido. Esta prática é repetida em Calvinismo Recalcitrante, como indicarei em outros posts.
Quanto à objetividade das fontes, Martinez cita O Outro Lado do Calvinismo, de L. Vance, cuja definição do Calvinismo é contestada por alguns estudiosos bíblicos. Primeiro, lemos que “a Expiação Limitada é o ensino que Jesus Cristo, por sua morte na cruz, somente fez expiação pelo grupo de homens previamente eleitos para salvação [Deus não amou o mundo todo, negando Jo 3.16]”.[28] Independentemente da parte entre colchetes ser do próprio Vance ou de Martinez, afirmar que o Calvinismo nega João 3.16 é passível de contestação, pelos seguintes motivos:
Primeiro, o próprio João Calvino, em nenhum lugar de seus escritos nega João 3.16. Ao ensinar que a encarnação de Cristo não teve outro propósito, senão nossa redenção, Calvino cita João 3.16 da seguinte forma:
Quando ele apareceu pessoalmente, afirmou ser esta a causa de sua vinda: que, sendo Deus aplacado, conduzisse ele da morte para a vida. Os apóstolos atestaram o mesmo a respeito. Assim, antes de ensinar que a Palavra se fez carne [Jo 1.14], João narra a rebelião do homem [Jo 1.9-11]. Mas é melhor que o ouçamos pessoalmente a sentenciar acerca de seu encargo: “Deus assim amou o mundo”, diz ele, “que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça. Pelo contrário, tenha a vida eterna” [Jo 3.16]. De igual modo: “A hora vem em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” [Jo 5.25]. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” [Jo 11.25]. Também: “O Filho do homem veio para salvar o que se havia perdido” [Mt 18.11]. Ainda: “Os sãos não têm necessidade de médico” [Mt 9.12]. Não haveria limite, se eu quisesse mencionar todos os textos pertinentes.[29]
Em outro lugar, ao explicar a inter-relação dos atributos das naturezas humana e divina de Cristo, Calvino novamente cita João 3.16 afirmando que “João ensina que Deus deu sua vida por nós [Jo 3.16]”.[30] Logo adiante ele assevera que “a despeito de nosso pecado e rebeldia, que lhe excitariam a ira, Deus jamais deixou de nos amar”[31] e, como prova, dentre outros textos, propõe João 3.16, como segue, “nisto Deus manifestou seu amor para conosco: que o Filho Unigênito foi entregue à morte [Jo 3.16]”.[32]
E não apenas isso. Calvino inicia sua explicação sobre a ação mútua do mérito de Cristo e da graça de Deus deste modo:
Esta diferenciação entre a graça de Deus e o mérito de Cristo se deduz de muitas passagens da Escritura. “Assim amou Deus ao mundo que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça” [Jo 3.16]. Vemos como o amor de Deus mantém o primeiro lugar, como a causa suprema e a origem; a ele segue a fé em Cristo, como a causa segunda e mais próxima.[33]
No mesmo capítulo, combatendo uma sugestão de Lombardo e dos escolásticos (de que Cristo, em sua morte, adquiriu mérito para si mesmo), Calvino apregoa: “Ora, o Pai não diz ter granjeado provento para o Filho nos méritos deste; ao contrário, que o entregou à morte, não o poupou [Rm 8.32], porque amava o mundo [Jo 3.16]”.[34]
No terceiro volume de suas Institutas, Calvino sustenta que “todas as causas de nossa salvação estão postas na graça, não nas obras”.[35] Neste contexto, João 3.16 é citado magistralmente:
Se, porém, atentarmos para as quatro modalidades de causas que os filósofos preceituam que se deve considerar na efetuação das coisas, nenhuma delas acharemos que se ajuste às obras para que nossa salvação se consuma. Pois, a Escritura, por toda parte, proclama que a misericórdia do Pai celeste e seu gracioso amor para conosco são a causa eficiente para adquirir-nos a vida eterna; a causa material é por meio de Cristo com sua obediência, mediante a qual adquiriu justiça para nós; e qual diremos ser a causa formal, ou também instrumental, senão a fé? E João compreende estas três, a um tempo, em uma sentença, quando diz “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” [Jo 3.16].[36]
Ademais, Calvino faz uso de João 3.16 como Palavra de Deus que nos revela que a eleição se baseia, se efetua e se assegura somente em Cristo.[37] Nestes termos:
Portanto, que semelhantes exemplos [dos que se dizem crentes, mas revelam que jamais foram convertidos] não nos alterem nem nos impeçam de descansar confiados na promessa do Senhor, quando diz que o Pai lhe deu [a Cristo] a todos aqueles que com verdadeira fé o recebem, dos quais nem um sequer perecerá por ser ele seu guardião e pastor [Jo 3.16; 6.39].[38]
Finalmente, comentando o Evangelho de João (especialmente 3.16), o reformador de Genebra escreve que “nossas mentes não conseguem encontrar calmo repouso, até que chegamos ao amor gratuito de Deus”.[39] O amor de Deus pelo “mundo” é explicado assumindo-se que a fé em Cristo traz vida a todos, e que Cristo trouxe vida, porque o Pai Celestial ama a raça humana, e deseja que eles não se percam”.[40]
E como devemos entender “todos”, “raça humana” e “eles”, neste comentário de Calvino? Primeiro ele destaca que “Cristo falou desta maneira, a fim de atrair os homens a partir da contemplação de si a olhar para a misericórdia de Deus”.[41]
Segundo, João 3.16 revela “que, até que Cristo conceda a sua ajuda em resgatar os perdidos, todos estão destinados à destruição eterna”.[42]
Terceiro, a fé correta abandona toda ideia de mérito próprio para a salvação e apoia-se unicamente na morte de Cristo como evidência do amor divino.[43]
Quarto, em João 3.16 temos aquilo que os teólogos calvinistas posteriores denominarão chamado externo do evangelho, ou seja, Deus “convida todos os homens, sem exceção, à fé de Cristo, que é nada mais do que uma entrada para a vida”.[44]
Quinto, “enquanto a vida é prometida universalmente para todos os que creem em Cristo, ainda a fé não é comum a todos”.[45] E porque nem todos creem? Calvino responde que “Cristo é dado a conhecer […] à vista de todos, mas [os da] eleição […] são aqueles cujos olhos Deus abre, para que possam procurá-lo pela fé”.[46]
Outro detalhe da citação de Vince, também entre colchetes, abordando a Graça Irresistível, é que o Calvinismo ensina que “o homem não é tocado pelo amor de Deus, mas recebe salvação pela imposição divina”.[47] Eu não conheço qualquer escrito do Calvinismo que afirme que o eleito “recebe salvação pela imposição divina”. Para o Calvinismo, Deus não força a vontade a fim de conceder salvação, e sim a restaura e renova mediante a regeneração. Como afirma Turretini, “que disposição pode haver em um homem morto para viver, em um cego para ver, em uma pedra para sentir?”[48] E prossegue: “se requer antecipadamente a cura da faculdade prejudicada a fim de que possa apreender corretamente o objeto e firmar seu próprio ato”.[49] Dito de outro modo, a alma curada pela regeneração é capacitada a enxergar Cristo e responder ao amor de Deus com arrependimento e fé. Se Deus permitir, retornarei a este ponto ao analisar a seção O Que é TULIP? (p. 35-73) da obra de Martinez.
Voltando à questão metodológica, as duas afirmações entre colchetes, inseridas na citação de Vince, na p. 16 de Calvinismo Recalcitrante, exigem informações adicionais. Para que a citação possa ser compreendida como objetiva ou imparcial, ao registrar, entre colchetes, que o Calvinismo afirma que “Deus não amou o mundo, negando Jo 3.16”, o correto seria afirmar que o Calvinismo interpreta João 3.16 diferente do Arminianismo. Seria útil ainda informar o leitor sobre o modo como a passagem é entendida pelo próprio João Calvino. Além disso, ao sugerir que, no Calvinismo, “o homem não é tocado pelo amor de Deus, mas recebe salvação pela imposição divina”, o correto seria mostrar a opinião contrária, dando ao leitor “liberdade de escolha” entre os argumentos do Calvinismo e Arminianismo.
Concluindo: Calvinismo Recalcitrante descreve um “Calvinismo” reduzido
Quatro das citações (a da Wikipédia, p. 13-14; a do site Calvinismo.com, p. 15; a de Vance, p. 15-16 e a do web site da Covenant Protestant Reformed Church)[50] destacam a TULIP ou as doutrinas da graça. Uma citação parece apenas sugerir que Calvino disseminou “outra compreensão sobre as questões de fé levantadas por Martinho Lutero”.[51] Outra, que o Calvinismo “hoje tem grande rejeição no meio evangélico”,[52] ou que ele (Spurgeon, ao dizer que “o Calvinismo é o Evangelho”) sinaliza uma “ufania teológica”.[53] Uma citação é mencionada apenas para ser qualificada como “opinião estranha”.[54] Duas citações (de Olson e Hunt, p. 18-19) consideram a retórica do Calvinismo como sendo “de exclusão” e a identificação do Calvinismo com a Reforma como “reivindicação presunçosa”. Tais citações de definições e conceito do Calvinismo, fornecidas por Martinez, ao invés de expor o Calvinismo de modo amplo e imparcial, sugerem um “Calvinismo” reduzido.
Notas
[1] MARTINEZ, João Flávio. Calvinismo Recalcitrante. São José do Rio Preto: Martinez Publicações, 2014, p. 9.
[2] BOLAINEZ MINISTRIES INC. Tres Armas Que Pueden Dañar a La Iglesia. Disponível em: <http://www.bolainezproductions.com/p234/Tres-armas-que-pueden-dañar-a-la-Iglesia/product_info.html>. Acesso em: 10 Set. 2014.
[3] BOLAINEZ MINISTRIES INC., op. cit., loc. cit. Tradução nossa.
[4] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Calvinismo. In: Dicionário Aurélio Eletrônico 7.0. Curitiba: Editora Positivo, 2009. CD-ROM.
[5] BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p. 50.
[6] REID, W. S. Calvinismo. In: ELWELL, Walter. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988, p. 225. v. 1 A — D.
[7] REID, op. cit., p. 226.
[8] Ibid., loc. cit.
[9] Ibid., loc. cit.
[10] Ibid., loc. cit.
[11] Ibid., p. 227.
[12] Ibid., loc. cit.
[13] Ibid., loc. cit.
[14] Ibid., loc. cit.
[15] Ibid., loc. cit.
[16] Ibid., loc. cit.
[17] Ibid., loc. cit.
[18] Ibid., loc. cit.
[19] Ibid., loc. cit.
[20] Ibid., p. 228.
[21] Ibid., loc. cit.
[22] Ibid., loc. cit.
[23] LETHAM, R. W. A. Teologia Reformada. In: FERGUSON, Sinclair R.; WRIGHT, David F. (Ed.). Novo Dicionário de Teologia. São Paulo: Hagnos, 2009, p. 1134-1136.
[24] LETHAM, op. cit., p. 1136.
[25] Ibid., p. 1136-1138.
[26] Ibid., p. 1138.
[27] MARTINEZ, op. cit., p. 14. Há um problema adicional aqui. Por ser livremente editável, a Wikipédia, assim como qualquer outra fonte de dados baseada na plataforma wiki, não possui credibilidade para pesquisas acadêmicas.
[28] Ibid., p. 16.
[29] CALVINO, João. As Institutas: Edição Clássica, doravante denominada Institutas. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, II.XII.4, p. 223-224.
[30] CALVINO, Institutas, II.XIV.2, p. 239.
[31] Ibid., II.XVI.4, p. 260.
[32] Ibid., loc. cit.
[33] Ibid., II.XVII.2, p. 280. Grifos do autor.
[34] Ibid., II.XVII.6, p. 284.
[35] CALVINO, João. As Institutas. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, III.XIV.17, p. 253.
[36] CALVINO, Institutas, loc. cit.
[37] Ibid., III.XXIV.5, p. 431. Grifo nosso.
[38] Ibid., III.XXIV.7, p. 433.
[39] CALVIN, John. Commentary on the Gospel According to John. Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2010, p. 122–123. v. 1. Tradução nossa.
[40] CALVIN, op. cit., p. 123.
[41] Ibid., loc. cit.
[42] Ibid., loc. cit.
[43] Ibid., loc. cit.
[44] Ibid., p. 125.
[45] Ibid., loc. cit.
[46] Ibid., loc. cit.
[47] MARTINEZ, op. cit., p. 16. Grifo nosso.
[48] TURRETINI, François. Compêndio de Teologia Apologética. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, loc. 15.6.VIII, p. 657. v. 2.
[49] TURRETINI, op. cit., loc. cit.
[50] MARTINEZ, op. cit., p. 17.
[51] BRASIL ESCOLA. Disponível em: <http://www.brasilescola.com>. Acesso em: 26 mai. 2014, apud MARTINEZ, op. cit., p. 15.
[52] Ibid., p. 17.
[53] Ibid., p. 17-18.
[54] Refiro-me a PALMER, Edwin H., apud ARMINIANISMO.COM. Disponível em: <http://www.arminianismo.com>. Acesso em: 17 mai. 2014, apud ibid., p. 19.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.