Professores, alunos e aprendizagem
Karen Tye afirma que o ministério de educação na igreja é “importante demais para não pensarmos em seu significado, a fim de dedicar a ele nossos melhores esforços”.[1] Por isso mesmo, antes de prosseguir é necessário estabelecer três conceitos e admitir cinco pressupostos.
Os conceitos: Professores, alunos e aprendizagem
Neste estudo “professor”, “educador”, “mestre”, “docente”, “instrutor”, “mediador” ou “facilitador” descrevem facetas distintas de uma mesma função ou atividade, de fornecer instrução e educação em um contexto formal. Semelhantemente, “aluno”, “educando”, “discípulo”, “discente” “aprendiz” descrevem a pessoa que recebe instrução ou educação em um contexto formal. Entenda-se como “contexto formal” a educação fora do âmbito familiar, em uma escola ou igreja.[2]
Neste trabalho, aprendizagem e aprendizado são tidos como sinônimos. O objetivo final da educação é a “aprendizagem”, ou seja, “qualquer processo que, em organismos vivos, leve a uma mudança permanente em capacidades e que não se deva unicamente ao amadurecimento biológico ou ao envelhecimento”.[3] Para Adler:
O aprendizado é o coração da educação. […] O aprendizado representa o todo, ou cada aspecto de modificações adquiridas pelo comportamento humano. Comportamento aprendido é comportamento modificado. O processo de aprendizado é o processo pelo qual nós adquirimos todas as modificações do nosso comportamento emocional, moral ou intelectual.[4]
Cinco pressupostos
Uma vez estabelecidos esses significados, caminhemos admitindo cinco pressupostos:
- Educadores ensinam;
- autores escrevem com intenção e seus textos têm significado;
- o educador cristão persegue a velha (e boa) meta do discipulado;
- ensinamos doutrina bíblica sadia;
- somos agentes do Espírito Santo.
Para alguns leitores tais declarações podem soar simplistas e, para outros, demasiadamente óbvias. Mesmo assim, considero útil sugeri-las e explicá-las.
Notas desta aula
[1] TYE, Karen B. Diretrizes para o ensino na igreja local. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 16.
[2] Sobre a falácia de que a palavra “aluno” significa “sem luz”, cf. RODRIGUES, Sérgio. “Aluno não quer dizer ‘sem luz’. Sem luz é quem diz isso”. In: Veja. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/sobre-palavras/aluno-nao-quer-dizer-sem-luz-sem-luz-e-quem-diz-isso/>. Acesso em: 12 set. 2022.
[3] ILLERIS, Knud. How we learn: Learning and non‑learning in school and beyond. London/New York: Routledge, 2007, p. 3. Tradução nossa.
[4] ADLER, J. Mortimer. Como pensar sobre as grandes ideias. São Paulo: Realizações Editora Ltda., 2013, p. 204.