O que é mais importante saber

— por

[dropcap]O[/dropcap] que é mais importante saber? Aonde vamos ou com quem vamos? É claro que a questão do destino — saber pra onde se caminha — é importante. Muitos já fizeram uma viagem ou visita e entendem a importância de um endereço. A gente se sente mais seguro sabendo para onde vai.

Isso tem valor administrativo; ter um plano, traçar metas, caminhar à luz de um futuro previsível. E também, no âmbito espiritual, prosseguir para um “alvo” ou “prêmio” (Fp 3.14). Diante de nós estão tanto o Senhor da glória quanto a glória do Senhor, o que é, sem dúvida, importante.

Mas saber o destino não é o mais importante. Mais valioso é saber com quem estamos. Nós não caímos no erro dos que postulam “com essa pessoa eu vou até o inferno”. Isso é obsessão carnal e idolatria tosca. Priorizar com quem se está desconsiderando-se para onde se vai é tolice. O que quer que nos afaste da glória é má companhia ou costume (1Co 15.33; cf. Sl 1.1).

Quanto mais velhos, mais nos preocupamos com o destino ou meta. O “adulto” é quem lida com planos. Do ponto de vista natural, mais anos equivalem a mais preocupações. O homem “crescido” quer controlar cada detalhe e saber o que se encontra detrás de cada curva. O homem espiritual, porém, aprende a depender mais de Deus; como uma criança (Mc 10.15).

Pensemos em um bebê que vai viajar. Ele não se preocupa com nenhum mapa, locais de hospedagem ou destino. Ele se sente seguro, tranquiliza-se e se satisfaz nos braços de seus pais. Pouco importa a qualidade do asfalto ou quantos quilômetros restam até o próximo posto. Isso é coisa pra “adultos”. O bebê simplesmente se refestela na comunhão.

Jesus prometeu a Simão e André que os faria “pescadores de homens” (Mc 1.17). Pensemos num homem à beira mar circundado por um céu de alvorada. Quem pesca conhece a experiência de esquecer-se do tempo, tomado por completude.

Eis o ponto. O mais importante na vida é saber que Deus está conosco e que nós estamos com ele e nele (Gl 6.15; Fp 3.7-11). Tudo o mais é periférico. Se for assim nosso destino é certo. Se o ouvimos na comunhão, nosso futuro está garantido!

Abramos mão de nosso jeitão de “gente grande” que é pequena na fé, e nos assumamos como crianças que se agigantam na confiança. O desfrute das bênçãos de Deus exige que não nos preocupemos com minúcias que não podemos controlar. Descansemos nele e aprendamos a ouvi-lo. A Palavra dele tem sido semeada, mas isso não basta; ela precisa enraizar-se, ser nutrida e, pelo Espírito Santo, produzir fruto de animação. Isso acontece quando oramos e andamos com ele ao ponto de ele tornar-se a joia mais preciosa e a bênção mais desejada. Doçura, satisfação e alegria transbordantes no coração. Quando isso é assim pouco importam o caminho, os buracos ou as dormidas. Afinal de contas, estamos nele e com ele.

Newsletter

Atualizações em seu e-mail.