Há um sentido em que as amizades fluem naturalmente, como na ocasião em que Jem e Scout conhecem Dill, no primeiro capítulo de O sol é para todos.
Um dia de manhã cedo, quanto estávamos começando a brincar no quintal, Jem e eu ouvimos um barulho no canteiro de couve da srta. Rachel Haverford, nossa vizinha. Fomos até a cerca de arame para ver […] e […] encontramos um garoto sentado, olhando para nós.[1]
A partir daí, as três crianças se tornam amigas quase que inseparáveis. Isso combina com o que diz o Aurélio, ao definir amizade como um “sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual”.[2] A Escritura exemplifica isso, no vínculo entre Davi e Jônatas: “Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma” (1Sm 18.1; grifo nosso). Nesses termos, a amizade não pode ser fabricada, nem forçada. Na amizade, nossa alma “se liga” à de outra pessoa; simples assim.
Por outro lado, retornando ao primeiro exemplo mencionado acima, o menino, Dill, aproximou-se para observar Jem e Scout. Ao ser descoberto, iniciou um diálogo:
— Oi.
— Oi — respondeu Jem, simpático.[3]
Daí, desdobrou-se a amizade deles, ou seja, Dill, recém-chegado à cidade, aproximou-se para fazer amizade e os irmãos, Jem e Scout, foram simpáticos e se dispuseram a conversar.
Iniciar diálogo é fundamental para a amizade. Se Deus permitir, em um próximo post eu escreverei sobre isso.
[1] LEE, Harper. O sol é para todos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015, p. 12.
[2] “Amizade”. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio. Curitiba: Positivo Informática Ltda., 2009. CD-ROM.
[3] LEE, op. cit., loc. cit.
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