Creio na comunhão!

Uma das sentenças do Credo Apostólico é “creio […] na comunhão dos santos”. Esta declaração aponta para dois fatos. Primeiro, essa comunhão é vital. O Credo destaca pontos determinantes para que alguém seja considerado cristão. A comunhão dos santos é um aspecto indispensável do discipulado.

Segundo, essa comunhão é um item ligado à fé: “creio”. Se, como nos diz Hebreus 11.1, “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (grifo nosso), a comunhão dos santos não é algo óbvio ou aparente. Olhamos para a igreja; o que enxergamos contraria o ideal bíblico e daí concluímos que temos boas razões para não nos aproximarmos de determinadas pessoas. Então retomamos a postura de discípulos e afirmamos “creio na comunhão”, ou seja, assumo que essa comunhão é real ainda que, em determinadas circunstâncias, os fatos pareçam contrariá-la.

Participei de um simpósio sobre a doutrina da eleição, realizado em uma igreja do Distrito Federal. Ali encontrei um colega, também professor de Teologia, que tem enfrentado dificuldades em sua caminhada com a igreja. Na hora do almoço sentamo-nos juntos e colocamos a conversa em dia. Em determinado ponto do diálogo, refletindo sobre o povo de Deus, ele fez a seguinte afirmação: “seguir Jesus é maravilhoso, o difícil é conviver com a caravana que vai com ele”. Achei engraçada a frase e, em seguida, retornando pra casa, refleti melhor naquelas palavras. Como lidar com as frustrações dos relacionamentos entre cristãos? Reafirmando o Credo, diariamente.

É o mesmo com a família. Há fases em que parece mais fácil chutar o balde e desabafar: “estou fora!”. O difícil é dizer: “creio na família como instituição divina” e permanecer firme, providenciando o que for necessário para alinhar o lar às ordenanças divinas. Pensemos ainda no trabalho honesto e em quaisquer outras práticas virtuosas. Todas elas exigem fé.

Coisa misteriosa é a igreja; coisa complexa é a igreja; coisa assustadora é a igreja; coisa maravilhosa é a igreja. Creio na comunhão dos santos!