A resposta a esta questão foi iniciada em um post anterior. Afirmei que no Brasil, décadas atrás, filhos se dirigiam a pais, tios e avós utilizando o pronome de tratamento “senhor”. Hoje ainda se exige tratamento formal em algumas instâncias da vida civil e comercial, mas os filhos interagem com os pais dizendo “você”.
Na igreja se misturam formalidade e informalidade. Há um aspecto formal da igreja e há uma igreja informal. Em determinado contexto eu cumprimento uma pessoa informalmente. Em um concílio superior eu me dirijo à mesma pessoa chamando-a de “presidente”. O culto a Deus, nos termos da Bíblia, convida tanto para a alegria, quanto para a solenidade: “Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor” (Sl 2.11).
Para tratar Deus e as pessoas adequadamente, são exigidas duas coisas, bom senso e respeito fundamentado no amor.
Bom senso é o que orienta uma pessoa a não usar calça social na aula de natação e a não vestir bermuda em um tribunal do júri. Diz-se “ela tem postura” da pessoa que se veste, se comporta e se comunica de modo adequado ao contexto. O trânsito social requer diferentes modos de interação.
Mas até este bom senso não passa de futilidade, se as relações não forem alicerçadas no amor. Um trato informal pode ser respeitoso; um filho pode se dirigir ao pai dizendo “você” expressando afeto sincero e consideração. Outro pode chamar o pai de “senhor” nutrindo rancor por ele. Exemplos de formalidade raivosa podem ser conferidos em discursos em câmaras de vereadores. O parlamentar se dirige a outro com “vossa excelência”, antes de execrá-lo.
Se isso é assim, Deus se preocupa com o trato formal ou com a atitude do coração? Deus exige ser chamado de “Senhor” ou aceita ser chamado de “você?” Como eu disse na semana passada, a resposta só parece simples e exige o espaço de outro post.
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