Esperar em Deus é, em minha opinião, o grande teste da fé. É possível crer que Deus ressuscita mortos mas nem sempre sentir-se seguro de que ele esteja, de fato, envolvido com aquela nossa questão por um lado tão insignificante, mas, por outro, aparentemente irresolúvel. Defender o Credo até a morte é um desafio, mas saber que, agora, Deus está lidando conosco benignamente, encaminhando aquelas coisas cujos resultados independem de nós, e descansar nisso, parece-nos humanamente impossível.
Talvez isso já tenha acontecido contigo. Os textos bíblicos repletos de promessas divinas estão lá, em sua mente, contraditados por seu sentimento. Você está certo de que tem de crer mas a ansiedade manifesta-se, dominadora. Você, servo de Deus e testemunha da palavra da fé, precisa acreditar mais e melhor.
Isso é assim porque somos naturalmente inclinados para a descrença. Somos como aquele pai que, diante do Redentor, exclamou com lágrimas: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Mc 9.24). Daí nossa necessidade diária desse dom, o da fé. Essa é uma dádiva da qual carecemos não apenas na ocasião da conversão, mas por toda a vida. Confiança para o cotidiano, para saber que tudo dará certo, nos termos de Deus, quando as coisas não estão claras, para prosseguir com esperança quando se enxerga apenas neblina impenetrável. Será que conseguimos caminhar firmes, no escuro, sem enxergar adiante e tendo um luz suficiente apenas para iluminar nossos pés? (Sl 119.105).
Não sei o seu caso, leitor. Esse, para mim, é o grande teste de fé.
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