O serviço divino e a gestão eclesiástica

Servir a Deus equivale a servir à igreja? E servir à igreja equivale à servir aos cristãos? Para ambas as questões deveríamos responder que “sim”. Quem me conhece sabe que, para mim, não há cristianismo bíblico que não seja, também, institucional. Não deve haver distinção entre ser um homem de Deus, um homem comprometido com o reino, um pastor ligado ao rebanho e um homem da instituição.

No entanto, considero as coisas institucionais em seu devido lugar. Ratifico o parecer de Max Weber quanto à burocracia que, por um lado, fornecia ao Estado unificado alemão ordem e racionalidade e, por outro, colocava os homens sob risco de tornarem-se impessoais, mais burocratas do que verdadeiramente humanos. Nesses termos, a alta eficiência de um sistema pode implicar em elevada desumanização, o que fere o espírito do evangelho.

Pra que serve a administração? Para glorificar a Deus e para otimizar o ministério, ou seja, servir a pessoas — ao povo de Deus de carne e osso que enfrenta problemas concretos, que é ocupadíssimo e estressado, que precisa mais ser confirmado no desfrute do evangelho do que alinhado a procedimentos que, ainda que beneficiem a instituição, complicam e dificultam a caminhada dos discípulos do Cordeiro. Nesses termos, a igreja cristã exige administração cristã — os processos de gestão precisam ser aplicações da Palavra de Cristo.

Se isso é assim, cada homem da igreja deveria perguntar-se: “o que eu posso fazer para facilitar as coisas para aqueles que estão na linha de frente, que lidam com a operação cotidiana do oficialato (presbíteros e diáconos) e das forças de integração (lideres e voluntários de departamentos)? Como motivá-los? Como aliviar seu fardo e ao mesmo tempo muni-los de recursos para que produzam mais e melhor e, ao mesmo tempo, deleitem-se no serviço divino?” Ações orientadas pelo Espírito, que sejam respostas pertinentes a tais questões, fazem toda a diferença para a saúde e desenvolvimento da igreja.