A quem Deus ama? (revisado)

— por

“Três palavrinhas só […]” — este é o trecho inicial de um cântico cristão. Lembro-me de ensiná-lo à turminha de crianças de uma congregação presbiteriana que liderei entre 1987 a 1994. A música ensina uma verdade simples e, ao mesmo tempo, fundamental:

Três palavrinhas só
Eu aprendi de cor:
Deus é amor
Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá!

A biblicidade desta letra é incontestável: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4.8).

Que Deus é amor é fato. A questão que se levanta é “a quem Deus ama?” Ao longo da história, tal pergunta tem recebido diversas respostas, dentre as quais destaco cinco:

  1. Deus não se relaciona com a criação ao ponto de estabelecer vínculos de afeto. Ele criou o cosmos e se afastou dele. Eis o ponto de vista do deísmo.
  2. Deus não ama suas criaturas. Ele criou um universo ao qual trata caprichosamente, manipulando anjos e homens como meros fantoches. Isso é enfatizado em algumas correntes do satanismo. Ensina-se em tais círculos que Satanás é apenas uma pobre vítima dos atos arbitrários e injustos do Criador.
  3. Deus ama a tudo e a todos indiscriminadamente. Por esta perspectiva, seu amor é abrangente, absolutamente inclusivo e predomina sobre sua justiça — por amar, Deus não julga. Se isso é assim, todos serão salvos. Define-se essa concepção como universalismo.
  4. Deus ama a todos os homens tanto como Criador quanto como Redentor e deseja que sejam todos salvos, mas o homem possui a capacidade de rejeitar o gracioso convite de Deus feito por meio de Cristo. Em suma, a vontade do homem pode impedir Deus de realizar seu propósito de salvação. Eis o arminianismo — as denominações cristãs que crêem dessa forma são chamadas arminianas, uma vez que esse ensino foi defendido por um teólogo do século XVII cujo nome era Armínio.
  5. Uma ala do calvinismo proclama que Deus ama somente aos eleitos. Os réprobos[1] são objeto da ira de Deus de tal modo que não há graça comum. O amor de Deus é univocamente qualificado — trata-se de seu favor concedido aos predestinados para a salvação, nada além disso. Assumem essa posição estudiosos bíblicos sérios e consagrados.

Os três primeiros postulados são contrários ao ensino da Escritura e rejeitados pela Igreja Cristã. O quarto não é abraçado pela Igreja Presbiteriana do Brasil e demais igrejas reformadas. Quanto ao quinto, é aceito por alguns calvinistas.

A questão que levanto é: Haveria a possibilidade de uma sexta resposta, diferente das demais?

Uma simples proposição sobre a essencialidade e unidade dos atributos divinos

Proponho uma ponderação sobre a harmonia essencial dos atributos divinos. Não se trata de nada sofisticado nem sustentado por dezenas de textos-prova. Eis o argumento:

Primeira premissa: Deus é amor e justiça.[2]

Segunda premissa: Se os atributos acima fazem parte da essência divina, e esta é indivisível, em Deus, amor e justiça jamais se separam.

Conclusão: Deus não deixa de ser amor quando se ira, nem deixa de ser justo quando ama.

Note que, na primeira premissa, utilizo a expressão “é” em lugar de “possui”. Além disso, entre os atributos, coloco um “e” e não um “ou”. Com isso demonstro minha compreensão de que Deus não apenas age com amor ou com justiça, mas amor e justiça fazem parte de sua essência. Uma vez que a essência de Deus é indivisível, nele, amor e justiça jamais se separam. Deus ama sendo justo e julga sendo amor. Amor e justiça co-existem no UM divino. Se isso é assim, penso ser plausível afirmar que o fato de os eleitos serem amados por Deus não significa que Deus não se ira com eles. Por conseguinte, o fato de Deus revelar-se irado contra os réprobos não quer dizer que ele não os ame.

Tal argumentação, estou certo disso, é contestável. Pode ser dito que a presença de um atributo não equivale à obrigatoriedade de sua manifestação em determinado contexto, e.g., mesmo sendo amor, Deus pode demonstrar exclusivamente sua justiça aos réprobos ou vice-versa. Pode ser dito ainda que utilizo sem muita qualificação os termos “amor” e “ira”. Quem sabe eu descubra, para meu aperfeiçoamento, que alguém já assumiu tal posição no passado e foi corrigido de seu erro. Com humildade, porém, pretendo mantê-la como referência, pelo menos até o ponto de confirmá-la ou alterá-la, com base em mais leituras da Escritura e da Teologia.

Outra proposição, agora, sobre o cristão e o ódio

Convido você para acompanhar-me na reflexão sobre uma palavra de Jesus no sermão do monte:

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. […] Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste (Mt 5.43-45, 48).

O cristão pode odiar seus inimigos? Cristo responde que não; é preciso amar (ágape) até os nossos piores opositores. Como crianças espirituais questionamos a razão disso: Por que devemos amar nossos inimigos? A resposta do Redentor é dupla. Ele diz que o amor ao inimigo é necessário “para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês”.[3] Perceba que aqui Jesus estabelece uma ligação entre ser filho de Deus e amar aos inimigos.[4] A segunda parte da resposta é: Vocês devem amar aos inimigos porque Deus trata bondosamente aos “maus” e “injustos” (v. 45).

Tal palavra deve ter soado estranha aos ouvidos dos judeus mais rigorosos porque estes sabiam, pelo Antigo Testamento, que Deus “não suporta” e “detesta” os pecadores (Sl 5.5).[5] O fato é que, biblicamente, os “maus” e “injustos” são inimigos de Deus, destinados à condenação (Sl 11.4-7). O judeu mais espiritual podia afirmar como o salmista: “Não aborreço eu, SENHOR, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato” (Sl 139.21-22, grifo nosso). Eis que, então, surge Jesus, Verbo de Deus, um com o Pai, ensinando que os “inimigos”, os “maus”, os “injustos” devem ser amados. E mais: A palavra traduzida por “amai” é a mesma que João usa com respeito ao amor de Deus pelos eleitos (Mt 5.44; Jo 3.16). Seria demais concluir que os discípulos devem amar aos “maus” e “injustos” assim como Deus, providencialmente, os ama?

O ensino é fechado nesses termos: Os discípulos, ao amarem os inimigos se tornam “perfeitos como perfeito é o […] Pai celeste” (v. 48). A palavra usada no original indica inteireza: “Sejam inteiros, completos, indivisíveis em amor, assim como Deus é.”

Uma leitura dos textos bíblicos que se referem ao ódio de Deus

É preciso agora lidar com os textos da Escritura que se referem ao ódio de Deus. No Salmo 5.5, citado acima, lemos que Deus “não suporta” e “detesta” os pecadores. O Senhor “abomina” aqueles que amam a violência e “fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre”, além de “vento abrasador” (Sl 11.4-7). A situação é tão séria que, de acordo com Provérbios 3.33, “a maldição do SENHOR habita na casa do perverso.”

O leitor certamente já ouviu a frase “Deus ama ao pecador e odeia o pecado”. Para alguns estudiosos sérios, essa afirmação é errada. Baseados nos textos acima, além de outras passagens, dizem que Deus ama somente aos eleitos. Quanto aos ímpios, ele unicamente os odeia.[6] Um erudito entende que afirmar o amor de Deus pelos réprobos não apenas contradiz o ensino bíblico sobre a predestinação, mas também sobre a unidade divina (Deus não pode demonstrar dois amores, duas misericórdias), sua imutabilidade (Deus amaria os réprobos no tempo e os odiaria na eternidade), sua justiça (como é que Deus, que “não pode ver o mal”, amaria os que são completamente iníquos?).

Para tal estudioso a idéia do amor de Deus pelos réprobos implicaria em uma noção incorreta de “amor temporário, limitado, mutável e injusto de Deus (fora de Jesus Cristo!)”.[7] Isso resultaria na destruição da antítese (Gn. 3.15), na amenização da depravação total, no comprometimento da expiação particular, na pregação do desejo de Deus de salvar o réprobo, no silenciamento e negação da eleição e reprovação incondicional, na recusa de condenação do arminianismo e seus mestres, e, finalmente, na permissão de comunhão com os arminianos.

Aprecio respeitosamente a todos esses argumentos. Os mesmos provêm de pessoas piedosas e teologicamente muito mais capazes do que eu. No entanto, proponho uma leitura diferenciada.

Primeiro, a fidelidade às Escrituras exige a pregação e o ensino de verdades aparentemente contraditórias, e.g., o mestre e pregador fiel proclamará em alto e bom som e com toda a convicção, tanto a soberania de Deus quanto a responsabilidade do homem. Ele anunciará que Deus — Santo, Santo, Santo — odeia não apenas ao pecado, mas também ao pecador. Ademais, afirmará ele que Deus é amor que se desdobra em atos benevolentes para com os réprobos.

Segundo, a afirmação do amor providencial de Deus pelos ímpios não fere a predestinação, pois deve ser dito que antes de os gêmeos nascessem, Deus escolheu a Jacó e odiou a Esaú (Rm 9.11-13). Por outro lado, Esaú só subsistiu e prosperou graças à generosidade do Senhor (Gn 33.9; cf. 1Cr 29.12). Não é contestada a unidade divina: O mesmo Deus concede amor salvador aos eleitos e amor providencial àqueles que ele criou (sim, o fato de um réprobo existir e subsistir é ato da misericórdia divina; Deus poderia não trazer tal indivíduo à luz ou mesmo matá-lo imediatamente após o seu nascimento). Não é atacada a imutabilidade divina pois é o mesmo Deus, rocha imutável, que faz chover sobre maus e bons, justos e injustos, no tempo, e que separa eleitos e réprobos na eternidade. Ao mesmo tempo, apregoa-se a justiça divina em amar a totalidade de sua criação e, ao mesmo tempo, derramar-se em ira sobre os que se recusam a ouvir ao evangelho.

Deus ama salvificamente aos eleitos e providencialmente a tudo o que criou. Discordo que essa seja uma noção incorreta do amor de Deus, nos termos apontados por Stewart. Trata-se de amor que sobrepuja nossa capacidade de entendimento. É amor que, afirmando a antítese, nos faz amar ao injusto, que declara a depravação total mas enxerga no pagão Ciro (Is 45.1) um instrumento da bondade e justiça de Deus, que crê e insiste na expiação particular e, ao mesmo tempo, declara que Deus ama ao mundo e salva a todo o que nele crê, que alardeia a eleição e reprovação incondicionais e firma-se na declaração de erro dos arminianos, ao mesmo tempo em que os ama. Sim, subscrevendo a condenação reformada ao arminianismo do Sínodo de Dort, cremos na possibilidade de comunhão com aqueles que não têm um entendimento esclarecido dos chamados cinco pontos do Calvinismo (acróstico TULIP), pois é salvo aquele que está incluído no Pacto da Graça, que foi regenerado e creu em Cristo como Senhor e Salvador, mesmo que não saiba articular com maestria a doutrina (cf. At 18.24-28).

Eis o resumo da sexta posição: Descarto o universalismo; somente os que crêem em Cristo como Senhor e Salvador serão salvos e os que não crerem serão eternamente condenados (Jo 5.24-29, 6.47). Rejeito também o arminianismo; somente os eleitos recebem a dádiva da fé salvadora (Jo 6.65; At 13.48, 16.14; Rm 8.28-30, 9.6-18; Ef 1.3-14, 2.4-10). Não aceito ainda a proposição do amor divino unívoco — dispensado somente aos eleitos. Deus ama aos eleitos salvificamente, como Pai que os adota para íntima comunhão. Ao mesmo tempo ele possui um vínculo de amor providencial com toda a sua criação, o que inevitavelmente inclui os não-crentes. Esse último tipo de dispensação de amor não implica, necessariamente, em salvação, mas em criação e preservação. Não apenas isso: Deus até concede dons aos não-convertidos de modo que estes produzem coisas boas e belas, para glória do Criador.

O escorregadio universo das palavras

Você aprendeu até aqui que todos os cristãos calvinistas concordam quanto ao amor de Deus pelos eleitos. Há uma divisão, porém, quando se fala do amor divino pelos réprobos. Um grupo diz que Deus só ama aos eleitos; o outro entende que ele ama a todas as suas criaturas, aos eleitos salvificamente e aos réprobos providencialmente. Quem leu este post sabe que eu me situo no segundo grupo.

O segundo grupo diz que Deus demonstra amor aos réprobos na graça comum. O primeiro argumenta — e prova biblicamente — que os termos “graça” e “misericórdia” só podem ser aplicados no contexto da aliança da salvação, da mediação de Cristo, da regeneração e do perdão de pecados. Tais palavras, dizem, não fazem sentido no contexto da criação. Eles citam teólogos do passado[8] e atuais que demonstram, pela Escritura, que o bem-estar e prosperidade dos ímpios não decorrem da benevolência divina e sim são como lugares escorregadios que os levam à “destruição” (Sl 73.18). Alguns desses teólogos chegam ao ponto de considerar como heresia a defesa da graça comum e propõem separação radical — impossibilidade de comunhão local — entre os dois grupos.

Os calvinistas da graça comum, por sua vez, admitem que nos primeiros quatro capítulos do livro de Gênesis não são encontradas as palavras “aliança” e “graça”; no entanto, ambas as idéias estão presentes, nos seguintes termos:

Perceba que ambos os grupos abraçam a eleição, são conservadores em sua Teologia, entendem que Deus ama aos eleitos e abomina aos réprobos e, de certo modo, trata a estes últimos (nesta vida) imerecidamente. A diferença é que, para o primeiro grupo, não podem ser usadas as palavras “misericórdia”, “graça” e “amor”, muito menos “graça comum”, quando se refere aos réprobos. O segundo grupo, por sua vez, continua usando tais termos.

Respeitando aos grandes teólogos do primeiro grupo, afirmo que, no escorregadio universo das palavras, dividimo-nos. “Você não pode usar a palavra graça nesse caso; os réprobos recebem uma benevolência divina que é diferente do amor”; ou “se você crê na graça comum não pode mais tomar santa ceia comigo”. Respeito quem pensa assim, mas discordo.

Mais: Por estranho que pareça, sou da opinião que a maior dificuldade do ser humano não é crer no ódio, e sim, no amor de Deus. Os réprobos descrêem absolutamente e os eleitos, ainda que crendo, duvidam.[10] Ainda que eu pregue sem titubear o ódio de Deus aos réprobos, entendo que a mensagem vital a ser proclamada é a do seu amor revelado primeiramente na criação e providência e, de modo pleno e maravilhoso, em Cristo. Como Paulo no Areópago, proclamo aos ouvintes não-crentes que Deus “não está longe de cada um de nós”, nele “vivemos, e nos movemos, e existimos” e, por meio de Cristo há tanto redenção para os que crerem quanto juízo para os que não crerem (At 17.24-31). Os réprobos, quais réplicas de Satanás, já possuem de forma inata a certeza de que estão sob o juízo de Deus, e o odeiam por isso. Os eleitos, presos à sua estrutura pecaminosa, sabem que são pecadores, e afastam-se constrangidos de Deus. Cabe aos ministros auxiliar as ovelhas do Senhor a beber nas águas da graça que santifica e então, ajudá-las a demonstrar e anunciar, até aos maus e injustos, o amor de Deus que “excede todo entendimento” (Mt 5.43-48; Jo 3.16; Ef 3.14-21).

Notas

1. O termo réprobo significa, aqui, aquele que não foi eleito para a salvação.

2. Isso equivale a dizer que Deus é amor e santo (1Jo 4.8; cf. Is 6.3).

3. Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

4. O termo usado no original grego denota finalidade: É preciso amar ao inimigo para tornar-se filho do Pai celestial. Essa condicionalidade é semelhante à encontrada na oração do Pai-Nosso: “Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam” (Mt 6.12 — NTLH).

5. A tradução Revista e Atualizada (ARA) traduz como “aborreces” e “abomina”. Os termos no hebraico trazem a idéia de “ódio.”

6. Cf. BAKER, Kyle. O ódio de Deus. Em formato PDF. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/odio-Deus_kyle-baker.pdf.

7. STEWART, Angus. Graça comum. Em formato PDF. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/eleicao/graca-comum_angus-stewart.pdf.

8. Especialmente VERMIGLI, Peter Martyr. Manual de teologia sistemática (cerca de 1656), citado por MOORE, Jonathan. É novidade negar a graça comum? Disponível no site monergismo em http://www.monergismo.com/textos/teologia_reformada/negar-graca-comum_moore.pdf.

9. Cf. VAN GRONINGEN. Criação e consumação. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, passim. v. 1.

10. Ao ensinar sobre a correção divina Calvino falou da necessidade de sermos confirmados, mais e mais, na certeza de que Deus nos é propício, ou seja, nos ama infinitamente por meio de Cristo — CALVINO, João. As institutas: Edição clássica. III.4.38. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v. 3).

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Respostas

  1. Avatar de Carlos Henrique Ferreira Borges
    Carlos Henrique Ferreira Borges

    Caro Rev.Misael,

    Deus te abençoe!

    1. A 5º é a MAIS bíblica! O porquê com mais perguntas.

    Mateus 12.30: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.”

    Logo, os réprobos são inimigos de Deus?

    Mateus 5.44: “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”

    E agora José? Deus ama os réprobos?

    Romanos 9.21: “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?”

    Crentes e Réprobos, feitos pelo Oleiro, amados de jeito diferentes?

    Romanos 9.26: “E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo.”

    No meio dos réprobos haverão amados?

    2. Haveria possibilidade de uma 6º só que não tenho maturidade bíblica para conseguir escrevê-la. Espero que o senhor a escreva!

    Pela Cruz,
    Carlos Henrique.

    Obs.: Era pra responder e não perguntar né!

  2. Avatar de Carlos Henrique Ferreira Borges
    Carlos Henrique Ferreira Borges

    Rev. Misael,

    Eu te amo em Cristo.

    Pela Cruz;

    Carlos Henrique.

  3. Avatar de José Carlos
    José Carlos

    Emoções em Deus = Antropopatismo – A psicologia é quem diz que a mente consiste em inquietações mentais. Contrariando tudo isso as escrituras nunca afirmam isso. Sob o esquema da psicologia, a vontade, o intelecto e emoções funcionam como partes distintas da mente. Desse modo, os cristãos modernos assumem essa estrutura fictícia. Um homem torna-se irado até contra sua vontade, ele não escolhe um acontecimento funesto para se entristecer, ou outro para se encolerizar, todavia, por ser um ser em queda da glória do criador, seu estado mental escravo de seu caráter pervertido e descrente (veja: você não encontra demônios ateus – Tiago 2:19 : Crês tú que Deus é um só? Fazes bem! Os demônios também o crêem), todavia acha-se ateus em toda camada social e, em todas as nações. Dai querer aplicar a deus os mesmos sentimentos humanos é humanizá-lo ou ponte de divinizar o pecador. O amor de Deus difere do amor humano, a ira de Deus difere da ira humana, e , deve-se aplicar a essa estrutura antropopática a leitura bíblica.

  4. Avatar de Matheus (Gabi)
    Matheus (Gabi)

    Querido amigo e Pastor!!!

    Deus continue a usá-lo na obra, para alcançar mais vidas para Cristo!!!

    Forte abraço!

    Matheus

  5. Avatar de admin
    admin

    Olá Carlos e Matheus;
    Obrigado por sua gentileza. Louvo a Deus pelo amor em Cristo que nos une. Fiquem na paz do Redentor.

  6. Avatar de admin
    admin

    Prezado José Carlos;

    A leitura antropopática das Escrituras é, de fato, perigosa? Longe de qualquer psicologização da Bíblia, guardadas as devidas proporções, as emoções humanas não seriam reflexo da “imagem” e “semelhança” da criação? Não poderíamos lê-las dentro da moldura da analogia entis, ou seja, do fato de sermos análogos ao Criador?

    C. S. Lewis, em O Problema do Mal, argumenta que, de fato, as emoções em Deus são diferentes das emoções humanas, mas não absolutamente. Se Deus for o “Totalmente Outro”, como poderíamos, de fato, conhecê-lo? Se não houver no ser de Deus aspectos análogos à nossa experiência humana, como saber se não estamos cultuando a um Demônio Onipotente? Sim, pois, senão, talvez o que seja bondade pra nós seja, para Deus, o contrário, e assim por diante.
    Observo que, para ensinar sobre seu amor, Deus utiliza o amor humano. O filho pode pedir coisas a seu Pai Celestial, pois, assim como um bom pai humano, Deus deseja dar não pedras, e sim, boas dádivas a seus filhos. O marido deve amar a esposa assim como Cristo ama a Igreja, e assim por diante. Aliás, o choro do Deus transcendente se manifestou no choro de Jesus, diante do túmulo de Lázaro — um choro muito humano!

    Mais: Essa percepção do perigo da antropopatia não decorreria de uma influência do helenismo na Teologia Cristã? A noção grega da divindade — especialmente no neoplatonismo — é a de um Deus impassível, ou seja, desprovido de paixões [leia-se sofrimento]. O Deus da Bíblia se enfurece, derrama-se em declarações e amor, demonstra indignação ao ser desconsiderado e desonrado, enfim, é passional enquanto Santo e Perfeito. Na encarnação, o Deus Transcendente trouxe para dentro de si a humanidade (Credo Atanasiano) e, por conseguinte, a dor, o sofrimento e o amor humanos!

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