Escreva a visão

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A frase acima é uma instrução divina para Habacuque, um homem preocupado com o futuro de sua nação. O Senhor desejava que o profeta divulgasse aos quatro ventos que ainda que os fatos cotidianos fossem sombrios, Deus reinava.

A partir do dia 1º de janeiro o Brasil assumirá novas regras para a escrita. Entrará em vigor o novo acordo ortográfico firmado entre os países de língua portuguesa. O objetivo, dizem, é simplificar e padronizar o idioma utilizado pelos 240 milhões de lusófonos espalhados pelo mundo (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste).

Parece coisa simples, mas não é. Trata-se de uma medida que mexerá com nossas cabeças e bolsos. Pra começar, as editoras lucrarão com vendas de centenas de milhares de novas edições de apostilas, gramáticas, guias idiomáticos e dicionários. Veremos dezenas de novas capas de publicações didáticas com o selo “Atualizado de acordo com o novo acordo ortográfico”. Tudo o que foi publicado até agora exigirá revisão e adaptação. Empresas de softwares, especialmente de processadores de textos, lançarão atualizações dispendiosas aos usuários dependentes de correção ortográfica digitalizada. No âmbito eclesiástico, compraremos novas Bíblias e hinários, tudo adaptado aos novos padrões. Se vivêssemos nos tempos de Habacuque, teríamos de apagar a placa para reescrevê-la, devidamente corrigida.

Nós, cristãos, somos forçados a lidar com a novidade, não apenas no que diz respeito ao que escrevemos, mas também, a como vivemos. Estejamos abertos a encarar 2009 como um tempo de coisas novas, agradáveis e nem tanto. Tropeçaremos no idioma e em outros quesitos, e, em todos os casos, teremos de ser pacientes uns com os outros. Talvez erremos insistindo em fazer valer nossas idéias (o correto, a partir de então, é ideias) ou, quem sabe mostremo-nos antissociais (com dois “esses” mesmo), distanciando-nos da comunhão da Igreja. Para evitarmos errar na língua portuguesa e nas relações, ou para corrigirmos os erros cometidos, contaremos com os preciosos ensinos da gramática de Cristo, cuja regra central é o amor.

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