Não se preocupe, seja feliz

“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2.14). Nosso Senhor Jesus Cristo traz paz. Lucas não é único evangelista que menciona isso. João também o faz quando reproduz uma palavra de Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27).

No cântico de Zacarias esta paz tem estreita relação com a obra de Cristo em nos redimir de nossos pecados (Lc 1.76-79). A última linha do Benedictus traz a seguinte afirmação: “para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” (Lc 1.79).

Uma música de Bob Marley que eu considero muito agradável, e que agora é interpretada por Bobby McFerrin, tem como título Don’t Worry Be Happy (Não Se Preocupe, Seja Feliz).

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A palavra grega que é traduzida por “paz” é εἰρήνη, eirēnē (a partir dela surge o nome próprio feminino Irene). Tal vocábulo pode ser entendido como “liberdade das preocupações” (Louw-Nida 22.42). Um estudioso de Lucas entende que “paz”, neste texto, “significa a paz entre Deus e os homens, a cura da alienação causada pela maldade humana” (MORRIS, 1983, p. 82). Outro autor diz o seguinte:

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A paz é: (a) reconciliação entre Deus e o homem; (b) a serena certeza do crente de que ele tem participação nessa reconciliação. […] Quanto mais sinceramente os homens louvam a Deus pela salvação que ele realizou, mais também possuem esta paz. (HENDRIKSEN, 2003, p. 217).

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Podemos colocar isso de outra maneira. Esta paz que Cristo traz é tanto objetiva quanto subjetiva. Ela é objetiva porque decorre de algo que Deus fez na história, fora de nós. Ele enviou seu Filho para nos salvar. Você pode ou não acreditar nisso, mas Jesus é o único Salvador. Lucas 2.11 é a única passagem nos três primeiros Evangelhos em que nosso Senhor Jesus é chamado de Salvador. Encontramos esta palavra no Magnificat de Maria, em Lucas 1.47. Ali ela afirma que Deus é o Salvador. Aqui é Jesus quem é abertamente denominado Salvador (cf. HENDRIKSEN, op. cit., p. 213-214).

A paz de Cristo é subjetiva porque o Espírito Santo a confirma em nossas almas. Não apenas somos reconciliados objetivamente; nós sentimos isso (cf. Rm 5.5; 8.15-16). Sendo assim, a paz de Cristo nos aperfeiçoa no amor de Deus. Destarte, aperfeiçoados no amor de Deus, nós não temos mais motivos para ter medo de coisa alguma:

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No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor (1Jo 4.18; cf. Sl 27.1, 3).

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O que é o evangelho? É a boa notícia de que podemos apagar a luz antes de dormir; podemos lidar com os dissabores; podemos enfrentar qualquer inimigo – tudo isso porque nós, que antes éramos adversários de Deus, tivemos nossos pecados perdoados quando aceitamos Jesus como nosso Senhor e Salvador.

Você sabe o que fez os anjos explodirem de júbilo e exclamarem louvores, há dois mil anos atrás? O fato de que o Redentor traz paz.

Trecho de um sermão pregado na IPB Rio Preto, na noite de 01 de Julho. Para ouvir a mensagem completa, acesse a página de sermões da IPB Rio Preto.

Referências bibliográficas

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Lucas. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. v. 1.

LOUW, J. P.; NIDA, E. A. Greek-English lexicon of the New Testament: Based on semantic domains. 2. ed. New York: United Bible Societies, 1996. v. 2. Logos Bible Software.

MORRIS, Leon L. Lucas: Introdução e comentário. 1. ed. Reimp. 1986. São Paulo: Vida Nova; Mundo Cristão, 1983. (Série Cultura Bíblica).